Vermes minúsculos formam torres vivas e se tornam superorganismo
Em um dos testes, um braço da torre se estendeu por três milímetros
Internacional|Do R7

Pesquisadores na Alemanha registraram pela primeira vez a formação de torres vivas de vermes fora do ambiente de laboratório. O comportamento foi observado em frutas em decomposição em pomares perto da Universidade de Constança. As torres são compostas por nematoides, organismos microscópicos que vivem no solo, na água doce e em ambientes marinhos.
Os nematoides se empilham verticalmente quando o alimento se torna escasso e a competição aumenta. A estrutura permite que os vermes se elevem do solo com o objetivo de se prender a um animal que a. Dessa forma, eles conseguem migrar para novos ambientes com mais recursos.
As torres foram observadas em maçãs e peras caídas. Elas se formaram sobre superfícies pegajosas produzidas pela decomposição da fruta. As estruturas eram compostas por indivíduos da mesma espécie. Todos estavam no estágio larval dauer, que permite resistir ao estresse ambiental e facilita o transporte.
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Os cientistas do Instituto Max Planck de Comportamento Animal coletaram imagens e vídeos dessas torres em condições naturais. O técnico de pesquisa Ryan Greenway ou meses examinando frutas podres com um microscópio digital. Ele registrou a formação espontânea das torres e a movimentação coordenada dos vermes.
A pesquisadora Daniela Perez reproduziu o comportamento em laboratório com a espécie Caenorhabditis elegans. Os vermes foram colocados em uma placa sem alimento com um e vertical feito com uma cerda de escova de dentes. Em duas horas, eles formaram torres vivas. As estruturas permaneceram estáveis por 12 horas. Elas também foram capazes de estender braços em busca de contato com o ambiente ao redor.
Em um dos testes, um braço da torre se estendeu por três milímetros até a tampa da placa de Petri. Os vermes se moveram por essa ponte e alcançaram a nova superfície. As torres também responderam ao toque. Quando estimuladas, se movimentaram em direção ao contato e tentaram se fixar.
Em testes adicionais, as torres se prenderam coletivamente a moscas-das-frutas. O comportamento indica que os vermes utilizam esse mecanismo como forma de dispersão para novos habitats.
O estudo identificou que os indivíduos da base e do topo das torres eram igualmente móveis e férteis. Isso sugere que não há diferenciação funcional entre os participantes. Os pesquisadores destacam que, em ambientes naturais, a composição genética das torres pode variar.
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